domingo, 10 de outubro de 2010

lindas imprudências.

Escrevo livremente, com as mãos e a alma soltas, mas não necessariamente faço jus ao nome da minha profissão. Há rosas murchas ao meu lado, uma xícara de café frio a minha direita e o cigarro nos lábios, entrelaçado nos dedos, e a solidão e realidade são minhas companheira de longo prazo.
Quando viro-me em direção à janela, nenhuma bela imagem alcança o meu olhar, apenas o tédio e o eco pavoroso do silêncio.
Novamente volto à escrita, ou melhor, tento voltar. O papel me encara, aflige-me ver as linhas em branco. Tantos escritores, fluentes em preencher o vazio, já são tão íntimos da pena.
As histórias começam a perder o sentido e se escrevem sozinhas nas linhas tortas e papéis desgastados. Imprudência minha, uma mulher de meia idade falida.
Aquela frustração se estabeleceu, assim como o constante tic-tac do relógio do canto da parede, insistindo a cada novo segundo para aquele texto ter um ponto final.
O fogo do lampião torna-se ardente e percebo mais uma lágrima tentando fugir no canto dos olhos. Tomo mais um gole de café, quase a contra gosto, e volto a chorar.
Quando espio atrás das cortinas vejo meu amor dando gargalhadas à uma estranha qualquer - meu coração dói, como nunca doeu. Antes da meia-noite completo a história com a sensação da noite ventosa, e coloco-a dentro de um envelope sem remetente. Enfim tomo coragem para colocá-lo no correio.
Assim seguiram as próximas semanas... sem resposta alguma.

3 comentários:

  1. Lara, fico boba com você! Eu simplesmente amei seu texto, ficou lindo! Parabéns, continue escrevendo e não pare nunca, te dou a maior força :D Beijão!

    ResponderExcluir
  2. Muito bem escrito o textos eu adorei a persongaem. Estou esperando o próximo. Um beijo.

    ResponderExcluir